Geraldo Polezze (*)
Temos a obrigação de afirmar que para os eleitores tanto faz Carlos Manço ou Eduardo Lauand na presidência da Câmara Municipal de Araraquara. A Mesa Administrativa é um órgão colegiado que deve zelar pela independência do Legislativo respeitando, no entanto, os freios e contrapesos que transformam-no interdependente (jamais submisso) ao Executivo. A Mesa e os demais vereadores, ao defenderem com inteligência, conhecimento e dedicação os elevados interesses da população, ganham o respeito e admiração. Cabe ao presidente, integrante do triângulo decisório com os dois secretários, apoiar a luta de cada parlamentar a fim de que o mandato outorgado pela comunidade seja cumprido à risca. A qualidade de cada um reflete-se na imagem global. Vale dizer, sozinho ninguém faz verão e muito menos o presidente. E o vice-presidente é alguém que fica na expectativa de poder. Na presidência de uma sessão ordinária cabe ao presidente seguir (como cartilha para evitar dois pesos e duas medidas) e fazer cumprir o Regimento Interno. Enfim, o presidente e os secretários representam a vontade límpida e conseqüente do Plenário que, em sua maioria, tem a vontade democraticamente respeitada. A performance do presidente é valiosa na condução dos trabalhos camarários, na boa representação do poder dentro e fora do Palacete São Bento e, especialmente, apoio a todos os vereadores e não somente aos que sufragaram o seu nome.
Diante dessa argumentação (parte do que entendemos ser a verdadeira caixa de ressonância de nossa gente), é difícil e até constrangedor testemunhar a dolorosa luta da vereadora Juliana Damus que não estaria conseguindo ser recebida pelo prefeito Edinho Silva e, também, o direito de espernear do vereador Anuar Lauar (combativo Turquinho) que, em recente requerimento, não ganhou o natural respeito do presidente-indicado da Companhia Tróleibus Araraquara.
O presidente e preclaro Valderico Jóe não poderia deixar que o mandato de ambos tivesse que enfrentar tais obstáculos que desservem ao processo político da representação popular.
Felicidade aos vereadores, todos eles, mesmo os que ainda não tivemos a oportunidade de conhecer por alguma ação de notória sabedoria ou resposta criativa à pendência oriunda da fonte geradora do poder: o povo!
(*) É jornalista e, por 16 anos (77 a 1992), foi titular de uma cadeira legislativa tendo exercido a 1ª secretaria e presidência já no primeiro dos três mandatos.