João Baptista Galhardo
No horário político a melhor coisa da televisão é o controle remoto. Para desligar ou mudar de canal. Já o rádio precisa ser desligado. As promessas são as mesmas em todas as eleições. Antes, pelo menos era engraçado com os personagens que apareciam. Hoje nem isso. Em outros aparecia o candidato prometendo caixão de defunto mais barato para o povo: “se for eleito vou incentivar a parceria das funerárias com as empresas privadas e instituições para baratear o enterro. Caixão com propaganda inserida “vem pra caixa você também” ou “Banco tal financiará as despesas”. E por que não alugar o caixão?. Cobrar apenas uma taxa de ocupação. O sepultamento seria feito sem a urna, em sacos plásticos zipados.” Ou caixão sem tampa”. Menos madeira. Outro prometia cota obrigatória gratuita das funerárias para embelezamento dos defuntos carentes. E emendava: “por que só o rico pode ser enterrado bonito, “esbanjando saúde”,sem aquele chumaço de algodão no nariz? Um outro prometia lutar para que o velório municipal tivesse um bar, com lanches, bebidas e mesas para os veladores jogarem uma tranca ou cacheta para passar o tempo.
Um político prometeu num comício fazer uma ponte para a cidade. O seu assessor, à sorrelfa, avisou que o local não tinha rio. O político não se avexou: “antes vou construir um rio para que todos possam pescar e sobre ele farei uma ponte”.
As prostitutas de uma cidade se reuniram para redigir uma carta ao Prefeito reclamando do estado de abandono do bairro, principalmente da rua esburacada: – pega o papel e caneta. À Sua santidade o Prefeito….. – Não! Santidade, não. -Meritíssimo Prefeito…. – Também não. – Venerável…. – Está errado. Aí, a prostituta mais velha, dona do bordel, resolveu ditar uma carta carinhosa iniciando: “querido filho…..”
Nos anos quarenta, Alvarenga e Ranchinho, famosa dupla “caipira” tinham um programa de rádio. Além de cantar, satirizavam os homens do Governo, com anedotas e modinhas. E ao terminar o programa diziam “vamos embora compadre. Está na hora de desligar o rádio”. Isto porque eles precediam a “Hora do Brasil”, de apresentação obrigatória pelas emissoras noticiando, com certo exagero, os feitos dos Governantes. Quase foram presos por isso.
Sempre houve comédias, piadas e programas humorísticos zombando dos políticos pelo exagero das promessas. E pelo distanciamento deles com o eleitor depois das eleições.
Contam que numa cidade do interior o pároco foi levar ao conhecimento do Chefe do Executivo, com quem não se dava bem, que havia um burro morto na porta da Igreja. O Prefeito mais do que depressa disse: “ué, não compete ao senhor cuidar do mortos? E o Padre: – é verdade. Mas também tenho também a obrigação de avisar os parentes.
Num leilão de cérebros conservados cientificamente, o de um político foi o que alcançou maior lance. Foi valorizado mais do que o de muitos gênios da humanidade. Perguntaram ao leiloeiro a razão: “este é uma raridade. Nunca foi usado!”
Uns caipiras viram um acidente de um avião com políticos. Foram até lá e enterraram todos. Chegando o Delegado, eles falaram: – a gente “enterrou eles”, doutor. – Vocês verificaram se algum estava vivo? – olha moço, alguns até disseram que não estavam mortos. Mas como nunca se sabe quando estão falando a verdade….. foram todos “pro” buraco.
No Congresso uma funcionária apresenta para uma amiga de sua cidade: “este é o político Doutor……” – Muito prazer já ouvi falar muito do senhor”. “Mas até agora não provaram nada” disse o congressista.
Numa cidade do interior, havia um padre muito famoso. Certo dia ele foi removido e o povo organizou uma festa de despedida, inclusive com discurso do Prefeito. Como este estava atrasado, a festa começou sem ele com o discurso do religioso: – quando cheguei nesta cidade, o primeiro que se confessou comigo falou que já havia matado, transado com a mulher do patrão, que era cachaceiro, que fumava maconha, que via filmes pornográficos, que era casado, mas tinha amante na zona… Logo pensei que neste lugar só havia homens como ele. Mas com o tempo conheci o povo ordeiro e trabalhador e mudei de idéia. Quando o padre já havia terminado de falar, chega o Prefeito todo esbaforido e pedindo desculpas pelo atraso, iniciou sua saudação: – Quando este santo padre chegou em nossa cidade, tive a honra de ser a primeira pessoa a se confessar com ele……..
É claro que nessa brincadeira não se incluem, nem hipoteticamente, as excelentes exceções que existem.
Existem sim políticos bons e honestos. Inclusive amigos meus.