A diferença que faz a diferença

João Baptista Galhardo

Foi feita recentemente uma pesquisa para se saber o que é importante para o consumidor. Consumidor no sentido geral. De serviços públicos ou privados, inclusive serviços profissionais liberais, de associações, sociedades, de comércio ou de indústria. Enfim, qualquer tipo de serviço ou produtos oferecidos para a pessoa física ou jurídica. A resposta entre 43 a 50% apontou o “bom atendimento”. O preço foi escolhido por 17% dos entrevistados. E é isso mesmo. A atração está na gentileza e na dedicação.

A pior fome não é somente a de pão, mas também a de carinho, de afeição, de sorriso, de um olhar, de amor, de amizade, de respeito, de alegria, de temperança, de educação. Não se fala mais “bom dia”, “pois não”, “faz favor”, “obrigado”, “dá licença”, “desculpe”, “não é bem assim”, etc.

Hoje falamos mais com máquinas do que com pessoas. Basta ligar para onde quer que seja: “Isto é uma gravação… disque 1 para (…), disque 2 (…). Até em manicômio há gravação.

– Você ligou para o hospício? É engano. Aqui não tem telefone.

E ainda fica obrigado a ouvir aquela musiquinha chata do caminhão de gás. Dizem que num morro do Rio de Janeiro o gás ainda é entregue em carroça. Um bêbado saiu do bar e foi conversar com o cavalo:

– Pô, meu, como você está magro, judiado, casco comprido…

E o cavalo reclamou: “meu amigo, a coisa não está fácil”.

E o bêbado, espantado:

– Você fala? O seu dono sabe disso?

– Não. Nem quero que saiba, senão além de eu puxar a carroça, vai me obrigar a ficar gritando: “olha o gás, olha o gás, olha o gás”.

É gente despreparada para fazer o que se dispõe a fazer, sem vontade ou com pessoal desorientado. Há comerciante que além da falta de educação, exige do cliente que ele se cadastre no telecheque. Que abusividade é essa? O povo é que deve cadastrar esses abusados para não comprar mais deles.

O Rafa, amizade de muitos anos, enólogo, levou seu amigo americano, numa bodega para tomar um vinho.

– Que vinho bom você tem aí?

Respondeu o bodegueiro de cara amarrada:

– São os que estão na prateleira!

Aí ele escolheu um de duzentos reais, mandou abrir, disse que sentaria com o acompanhante para degustá-lo, pedindo queijo, pão e azeite…

– Tudo bem, disse o comerciante. Só que vocês têm dez minutos para tomar o vinho. Eu fecho às seis horas.

O gringo se indignou primeiro:

– WHAT?

Meu amigo, que de calmo é só aparência, replicou:

– Está bem. Em vez de taça traga um funil para cada um. Só assim tomaremos nesse curto espaço de tempo.

Não conseguiram. Pagaram e saíram de carro tomando de gole em gole, no gargalo da garrafa.

E pergunta de repórter: “A senhora está muito triste com a morte do seu marido, no acidente (…)”.

No dia do idoso perguntaram ao velhinho sentado no banco da praça da Prefeitura:

– O que o senhor prefere, Sexo ou Natal?

Respondeu: “Sexo, é claro. Natal tem todo ano. Enjoa. Enche o saco”.

Já contei a história do meu amigo que foi ao médico com o dedão do pé vermelho e latejando. Primeiro a Secretária lhe perguntou: nome, endereço, cic, RG, filiação, naturalidade, telefone, e-mail, se tinha caspa, dor na coluna, se era casado, convivente, viúvo, solteiro, etc.

Ele indagou: por que tantas perguntas?

– Não sei. Me mandam fazer. Eu faço.

Demorou, mas ele foi atendido.

– Tem antecedentes na família? “Sei lá se alguém já teve unha encravada”, disse meu amigo ao doutor.

Você precisa emagrecer. Comer muita verdura. Cuidado com a gordura trans. – Doutor, eu vim aqui por causa da unha.

– Você tem que andar bastante.

– Mas com essa unha? Doutor, um amigo me disse que se andar fizesse tão bem, os carteiros morreriam com mais de cem anos.

Até que enfim ficou livre do unhaço que foi amputado, amenizando a sua dor. Na saída a atendente ainda gritou: “faltam uns dados para preencher a ficha”. Ele saiu correndo num pé só.

O bom atendimento é a diferença que faz a diferença em qualquer lugar. É claro, sempre aliado ao bom produto ou excelência do serviço.

O cientista Joaquim Grillo acaba de inventar um air bag portátil. Basta acoplar no volante e no porta luvas, com a boca em direção ao motorista e ao passageiro ao lado, estando ali escrito em letras bem grandes: “Em caso de acidente assopre bastante até ficar bem cheio”.

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