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A decolagem sem garantia de pouso

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves (*)

A grande dúvida dos analistas sobre desempenho atual da economia brasileira reside no discernimento das autoridades em busca das melhores alternativas ao enfrentamento da desaceleração econômica e consequente falta de margem para os gastos governamentais. Diz-se simbolicamente no mercado que a nossa economia está como um avião imaginário que ainda reúne forças e condições para decolar, mas não garante os requisitos para aterrissar com normalidade e segurança.

O quadro que já levou o dólar para além dos R$ 6,00 e ao explodir dos juros, poderá levar a inflação e conduzir nosso quadro econômico a patamares só vivenciados no tempo da hiperinflação. Reconhecido como gastador, o governo do presidente Lula vive permanente queda de braços com o Congresso Nacional quando o assunto é reforma tributária. As propostas de aumento de arrecadação são fortemente combatidas pelos parlamentares da oposição, questão a maioria e advertem que, em vez de elevar tributos, o governo deveria reduzir gastos.

Os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, da Fazenda e do Planejamento, têm se esforçado na busca do equilíbrio entre arrecadação e gastos. Mas a impressão é de que não conseguem convencer o presidente a ser menos populista e gastador. Parece que falam linguagens diferentes quando o assunto é arrecadação e gastos. A sensação é de que, na impossibilidade de equalizar embolsos e desembolsos, a qualquer instante poderão jogar a toalha e, mesmo permanecendo no governo, desistirão de buscar a solvência.

Dirigentes e pesquisadores do setor econômico temem que, mantida a política do rombo fiscal, o governo tenha problemas. E que, se continuar insistindo em aumentar impostos sem cortar gastos, poderá produzir desemprego e outros efeitos econômicos e mercadológicos nocivos à população.

Se até agora, quando ainda não era tido como candidato à reeleição em 2026, Lula não conseguiu avançar para patamares seguros na reforma tributária mais imediata, dificilmente o conseguirá enquanto estiver articulando os apoios necessários aos seus objetivos. Seria melhor falar sobre reeleição ou eleição do no próximo ano só quando o eleitor já estiver para ser chamado às urnas. Mas sabemos que isso é impossível dentro do quadro político que vive nosso País. Paciência e fé de que o pior não se concretizará.

O ideal, nesse momento de política conturbada e inconveniente seria os candidatos – tanto da situação quanto de oposição – seguirem os exemplos construtivos de Michel Temer e Geraldo Alckmin. O primeiro, quando exerceu a presidência da República, abriu mão do direito de concorrer à reeleição para pode adotar medidas corretivas que o País necessitava depois dos fatos que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff. E o vice-presidente Alckmin é frequentemente lembrado pelo zelo que sempre tratou os governos que dirigiu, não realizando gastos que possam gerar dúvidas ou deslustrarem o próprio governante e sua equipe. Tanto um quanto o outro pode servir de parâmetros aos postulantes das próximas eleições. A começar pelo respeito à coisa pública…

(*) É dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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