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A Cultura em Diálogo

"Os cidadãos civilizados NÃO são produto do acaso, mas de um processo educativo". (Karl Popper)

Discurso literário e discurso jornalístico: convergências e divergências. – Manuel Angel Vázquez Medel

"Não é fácil falar de literatura e de jornalismo abstratamente. Um e outro campo de ação discursiva comportam práticas muito distintas, têm tido uma importante evolução segundo os lugares e culturas (especialmente, por sua maior projeção temporal, a literatura) e se fragmentam em gêneros e subgêneros (disponibilidades expressivas muito diferentes). Poderíamos contemplar o "território" de ambas as práticas como um conjunto em interseção com outro conjunto: há dimensões da literatura que pouco ou nada têm a ver com o jornalismo, dimensões do jornalismo alheias às práticas literárias e, finalmente, um espaço compartido no qual não é tão fácil distinguir um e outro tipo de discursos e que, inclusive, têm tido um processo de transferência: desde os artigos de Larra, que passaram do âmbito jornalístico ao literário, até os textos de García Márquez, do Relato de um Náufrago metamorfoseados em ficção ao passarem do jornal ao livro. Para não falar do conhecido caso do Prêmio Pulitzer que resultou ser uma criação fictícia.

São vários os critérios que podemos levar em conta para uma reflexão fecunda sobre as relações entre jornalismo e literatura ao menos – e em um primeiro momento – de caráter geral:

1º – As reflexões de Roman Jacobson sobre as funções internas da linguagem nos permitem apreciar que, no caso do discurso jornalístico, deve ser dominante a função referencial, por ser a que articula sua funcionalidade informativa e sua vontade de construir discursos baseados em fatos reais, que correspondam a acontecimentos extradiscursivos. No caso dos discursos literários, esteja ou não presente a função referencial, deve dominar a função poética ou estética, que reclama atenção sobre o próprio texto e por isso tem, por um lado, maior liberdade referencial e, pelo outro, maiores restrições expressivas (já que o plano da expressão se articula fortemente com aquele do conteúdo).

2º – Aprofundando as implicações do que foi mencionado antes, poderíamos acudir às colocações de G. Genette, sobre discursos de ficção ante discursos factuais. Se nestes, o designatum (criação do significado) deve relacionar-se com o denotatum (esse apontar para a realidade que está fora do discurso), nos discursos literários o designatum cria seu próprio denotatum de modo que se os discursos factuais, próprios do jornalismo podem ser, mais ou menos, submetidos à prova de veracidade ou falsidade, nos discursos literários esta conexão não é pertinente, já que o que o autor disse, estabelece sua própria referência.

3º – Agora, a retórica do discurso jornalístico (posto que todo dizer requer sua retórica, implícita ou explícita, formal ou informal) é, em muitos casos, essencialmente coincidente com a do discurso literário. Com efeito, se a ficção própria da literatura a exime das provas comprobatórias e se baseia mais em um pacto estético do que em um pacto ético de credibilidade (como acontece com o discurso jornalístico), podemos estar diante de ficções fantásticas (nas que o conteúdo funciona de modo muito distinto ao mundo em que habitualmente nos encontramos inseridos) ou diante de ficções realistas (nas que a retórica do discurso funciona, seguindo os velhos postulados da verossimilhança aristotélica como se se tratasse de um discurso factual).

Temos que concluir esta reflexão preliminar do que há de ser, no futuro, uma mirada aberta e crítica a duas das atividades humanas mais essenciais: o jornalismo, como mediação com um mundo que sentimos cada vez mais próximo e mais nosso, deve atender ética e esteticamente aos requerimentos de uma nova humanidade em flor: a criação literária, enquanto indagadora dos desejos e temores, das ilusões e esperanças dos seres humanos, há de nos seguir recordando que formamos parte de uma única e mesma humanidade, na qual sobrepondo-se a circunstâncias de tempo e lugar, todos compartimos essa raiz do essencial humano."

A comunicação, que se vê e se pratica nos veículos da atualidade, está longe das verdades e compromissos apresentados, ao longo das várias edições.

Mas, esse dia não tardará a chegar. Percebe-se que boa parte do povo deste país está ficando mais exigente, mais sensível, mais depurada e menos tolerante. Podemos citar vários exemplos em nossa sociedade.

"A noção de comunicação recobre uma multiplicidade de sentidos. A sociedade do Terceiro Milênio faz da comunicação uma figura emblemática."

Gostaria muito de publicar suas idéias a respeito da comunicação. Falo com todos aqueles com quem tive contato nas últimas semanas.

Mande sua opinião – celp@terra.com.br

Até à próxima semana.

Profª Teresinha Bellote Chaman

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