"É preciso deixar os jovens serem jovens. Eles estão a caminho do futuro".
Bom dia. Não é de meu costume falar sobre política, nessa coluna. Afinal, todas as pessoas de bom senso, sabem muito bem a "sujeira" que boa parte desses SENHORES DO PODER fazem conosco, "pobres mortais". Mas é de indignar qualquer "pobre mortal" o que aconteceu na 4ª feira da semana passada com aquelas "figuras": Roberto Brant e Professor Luizinho (que vergonha para a classe dos professores). Peço licença ao renomado jornalista André Petry, para transcrever parte de sua coluna (revista Veja).
OS BONS COSTUMES.
É curioso o que o Brasil faz com o Brasil. Um beijo gay, estampado em vinte outdoors em São Paulo, foi retirado às pressas dos olhos do público. Aconteceu na quarta-feira. Os outdoors mostravam dois homens, ambos de torso nu, beijando-se sob a palavra “liberdade”. O anúncio fazia parte da campanha publicitária de uma empresa que vende preservativos e cujo público-alvo são os homossexuais. A empresa exigiu explicações para o que entendeu ser uma censura à sua publicidade. A questão ainda permanece nebulosa e um vereador, Carlos Apolinário, do PDT, mostrou-se tão indignado com o tal beijo gay, que chegou a pedir ao Ministério Público a punição dos responsáveis por “ultraje ao pudor”. O vereador fez questão de dizer que não é homofóbico, mas defende “a família e os bons costumes“. Ora, deve haver algo muito errado com os bons costumes no Brasil. Na mesma quarta-feira, à noite, os deputados absolveram dois colegas que, comprovadamente, pegaram dinheiro de caixa dois – um crime previsto numa lei aprovada pelos próprios deputados. No caso de Roberto Brant, que pegou 102.000 reais no valerioduto, sua defesa feita na tribuna chegou a ser aplaudida pelos deputados, em pé. Seu mandato foi salvo com 283 votos. Na votação seguinte, 253 deputados inocentaram Professor Luizinho, que sacou 20.000 reais do valerioduto. Ao final dos trabalhos, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, conhecido como “Boneco de Olinda”, em razão daquele seu caminhar com os braços imóveis e rentes ao corpo, disse que a decisão combina com a “tradição democrática” da Câmara… O que é mais ofensivo aos bons costumes? Um beijo gay exibido em outdoors, em São Paulo, ou um plenário lotado de deputados aplaudindo um crime? É indiscutível que há quem se sinta desconfortável diante da imagem de dois homens se beijando, mas é preciso não perder de vista que esse gesto não é ilegal. Já os deputados ofendem a lei com a acintosa absolvição de gente que cometeu crime – e crime brabo, feio, pesado – pois caixa dois não tem nada da inocência que se apregoa, sendo sempre produto de corrupção e outras fraudes. Diante disso, em nome da família brasileira, em nome dos seus melhores valores e melhores costumes, aí vai uma recomendação: deixem os gays em paz, com beijo ou sem beijo – mas, da próxima vez, quando a televisão mostrar o plenário da Câmara, tirem as crianças da sala.
Falemos de consciência ética e patriótica.
"A coerência de vida fala mais alto do que qualquer discurso. Os filhos esperam coerência de seus pais: querem vê-los unidos, consolidando a harmonia familiar. Os cidadãos desejam coerência dos políticos a quem elegeram: que sejam fiéis ao programa apresentado, que se dediquem ao bem comum, que sejam honestos na administração dos recursos financeiros. Os estudantes pedem coerência aos professores, com relação ao próprio empenho didático e educativo". (Chiara Lubich)
Se a sociedade se constrói através do testemunho de coerência entre os objetivos que pretende alcançar e as opões concretas do dia-a-dia, o Projeto Hino Nacional, desenvolvido pela E.E. "Pedro José Neto", às sextas-feiras, pode plantar boas e fecundas sementes.
Aos 10 de março desse ano, dele participei, juntamente com o Sr. Diretor, Ademir Gerson do Prado, o coordenador pedagógico, Josafá Dantas Filho, a professora Elizabete Aparecida G. de C. Neves e o Sr. José Tonin, gerente administrativo da farmácia Phoebus.
Os alunos da 5ª série C, ordenados na escadaria que dá acesso ao andar superior, tendo como pano de fundo magníficos vitrais, cantaram o Hino Nacional. É pertinente lembrar que tais vitrais são um trabalho artístico realizado pelos alunos de 7ªs e 8ªs séries de 2004, sob orientação da professora Rute Sampaio V. Arnosti. Prosseguindo, os alunos foram convidados a refletirem sobre o texto: Empurre a sua vaquinha, lido pelo Sr. diretor, Ademir. Aberto o diálogo sobre os valores éticos implícitos no texto, houve manifestação e participação bastante positivas de garotos e garotas.
Empurre a sua vaquinha
Um sábio, passando pela floresta com seu discípulo, avistou uma casinha pobre, aos pedaços. Nela moravam um casal e três filhos – todos malvestidos, sujos, magros e aparentando subnutrição. O sábio perguntou ao pai de família: "Como vocês sobrevivem? Não vejo horta alguma, não vejo plantação alguma, não vejo animais".
O pai respondeu: "Nós temos uma vaquinha que nos dá alguns litros de leite por dia. Uma parte do leite nós tomamos, outra trocamos, na cidade vizinha, por alimentos e roupas e assim vamos sobrevivendo".
O sábio agradeceu e saiu novamente pelo seu caminho. Logo em seguida, o sábio avistou uma vaquinha e ordenou ao seu discípulo: "Puxe aquela vaquinha até o precipício e empurre-a precipício abaixo!". Mesmo sem compreender a ordem, o discípulo a cumpriu – empurrou a vaquinha no precipício. E ficou pensando na maldade do sábio, em mandar matar a única fonte de subsistência daquela família. Aquilo não saiu da cabeça do discípulo, por muitos anos.
Alguns anos depois, passando pela mesma região, o discípulo lembrou-se da família e do episódio da vaquinha. Resolveu voltar àquela casinha e… surpresa! No lugar da pobre casinha havia uma bela casa. Um pomar ao redor. Várias cabeças de gado. Um trator novo. Na porta da casa avistou o mesmo pai – agora bem vestido, limpo, saudável. Logo apareceram a mulher e os três filhos – todos bonitos e aparentando saúde e felicidade!
Quando o discípulo perguntou a razão de tanta mudança, nesses últimos anos, o pai da família respondeu: "A gente tinha uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Sem a vaquinha a gente teve de se virar e fazer outras coisas que nunca tinha feito. Começamos a plantar, criar animais, usar a nossa cabeça para sobreviver. Daí a gente viu que era capaz de fazer coisas que nunca antes tinha imaginado e de conseguir coisas que a gente achava impossíveis, porque nunca havia tentado fazer. Sem a vaquinha, a gente foi à luta e a gente só tinha essa alternativa – lutar para vencer!".
Reflexão: Pense nessa história. Todos nós temos uma "vaquinha" que nos dá alguma coisa básica para sobreviver e conviver com a "rotina". Vamos descobrir qual é a "nossa vaquinha" e quem sabe aproveitar este momento de "crise" para empurrá-la morro abaixo.
"A ética não se resume a um conjunto de deveres ou a um código de regras. É antes de mais nada a aquisição de hábitos e atitudes que se convertem em uma maneira própria de viver. E a educação não pode ser neutra em relação aos valores". (Márcia B. Fagundes).
Desejando fazer contato – celp@terra.com.br
Até a próxima semana.
Profª Teresinha Bellote Chaman