O suposto problema mereceu veiculação e repercutiu na Câmara Municipal em decorrência da falta de conhecimento (sic).
Qual o problema de a Companhia Tróleibus Araraquara estar com recolhimento previdenciário atrasado? Ainda mais que a parte descontada dos trabalhadores é repassada normalmente a fim de não se configurar uma apropriação indébita.
Na atual conjuntura, quantas empresas pagam religiosamente seus impostos e cumprem com a infinidade de encargos sociais tendo que batalhar fluxo de caixa, investimento para garantir produtividade e despesa com manutenção (no caso material rodante)? São poucas, pois, a maioria sofre com a escassez tendo de adequar-se à realidade.
Setembro foi o mês de outro recorde, o da diminuição da renda familiar. Com isso tudo fica mais apertado, independentemente de competência, criatividade ou dedicação deste ou daquele. Só que é salutar conhecer a realidade e respeitar o limite da atuação funcional. Falar, escrever ou esbravejar, sem fundamentação, é perda de tempo e atestado eloqüente de ignorância e falta de sensibilidade.
A ABI – Associação Brasileira de Imprensa – de tantas incursões históricas, abre espaço para dizer que sua situação econômica está insustentável. É bom registrar que, presentemente, fazer jornal é demonstração não só de idealismo, mas, de coragem para administrar déficits.
O fato notório é que muita gente não conhece a história da CTA. Uma empresa instituída pelo saudoso prefeito Romulo Lupo, numa espécie de cooperativa da cidade. Todos os proprietários de imóveis pagaram determinada quantia para viabilizar o transporte coletivo que, até então, era uma lástima. Uma empresa, sem fins lucrativos e que ao final de 50 anos terá seu acervo transferido à prefeitura, isto é, retornará ao povo. Os acionistas foram chamados para tomar decisões e um determinado número de ações foi identificado. Dessas, a municipalidade tem a maioria contando com apoio, por exemplo, do Asilo de Mendicidade que ganhou um monte. Sendo certo que algumas famílias transferiram a titularidade de milhares delas ao Executivo.
Pois bem, desse conjunto o prefeito tem a maioria e consegue impor sua vontade. A CTA é uma empresa privada que, acidentalmente, tem o destino nas mãos do Poder Público. Não é uma empresa pública, apenas presta serviço público.
