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Hospital de Américo chama a polícia

Mãe desesperada, com a temperatura do filho beirando os 40º não conseguiu esperar a vontade dos atendentes da casa de saúde. Uma outra mãe, com filho desmaiado pela febre alta, teria a tranqüilidade e polidez exigidas pelos que se apressaram a chamar a Polícia Militar? Prender ou cuidar, não podem se constituir em dilema para quem é especialista em administrar problemas, dores e ansiedades dos outros…semelhantes e pagadores de seu salário.

No dia do aniversário da cidade, a moradora Lucila não esperava um presente tão amargo “e que deixou meu filho traumatizado. Agora ele não pode ver uma viatura que fica nervoso pensando que a sua mãe vai ser presa. Eu que sempre ensinei meus filhos a entender que o policial era amigo, trabalha pela nossa segurança. Mas, foram esses policiais que me abordaram no hospital, após a reclamação. Foi um absurdo, não desejo aquela situação nem ao maior inimigo se tivesse. Foi um sofrimento enorme, uma inversão de valores. Senti no fundo do coração o que está à flor da pele: sou negra e pobre. Mas, sou mãe, sou cidadã, sou mulher que respeita a comunidade, trabalho e pago meus impostos. Não sou marginal e o Boletim de Ocorrência é um atestado de marginalidade que não mereço. Fui apenas uma mãe que chegou ao desespero vendo o filho ardendo em febre, chegando a desmaiar. Diante desse quadro que dói muito, que dá um dor enorme no meu peito, com o meu filho desfalecido, como iria ficar esperando a troca do pessoal de enfermagem e atendente? Ora, coloquei o menino na cadeira de roda e o levei até ao médico que, graças a Deus, me deu assistência. Foi horrível e não posso compreender um tratamento tão diferente daquele que esperava para salvar meu filho. Foi uma inversão de valores: vim buscar socorro para meu filho doente, não sabia medir a gravidade do caso e ganho uma abordagem da Polícia devido à reclamação do hospital da nossa cidade. Se tivesse condição econômica, pode acreditar: de tanta vergonha pela ocorrência policial, ao cumprir meu papel de mãe indefesa diante da doença do filho pequeno, iria embora desta cidade que amo e onde estou há 35 anos”, desabafa Lucila.

Apoio dos

vereadores

Lucila tentou novo contato com os vereadores, na sessão desta semana. “Todos os vereadores me deram apoio… o Trajano, o Augusto, a Terezinha, enfim, eles ouviram meu caso e prestaram solidariedade. Agora, quero ver no que vai dar. Não posso ficar no silêncio diante da gravidade desse caso. Houve preconceito, insensibilidade ou incapacidade de atender o público? Não sei e gostaria muito que alguém pudesse me informar”, diz a sofrida mãe com a esperança de sair dessa crise emocional.

Os vereadores, presididos pelo Lia, com certeza vão formar uma CEI – Comissão Especial de Investigação, a fim de buscar a verdade e fazer justiça à parte ofendida. “E, no caso, pela dimensão social, seria pertinente solicitar cobertura da OAB para, em seguida, encaminhar eventual notícia ao Ministério Público visando ressarcimento por danos morais”, sublinha analista do JA.

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