Edição de nº 2, com temas do gênero
O Fundo Social de Solidariedade lançou, neste mês que registra o Dia Internacional, a segunda publicação Mulheres na Cidade com o objetivo de apresentar reflexões sobre o lugar social das mulheres. A publicação compila textos de cinco pesquisadores/as e ativistas sociais de Araraquara, os quais propõem discussões que visam contribuir para ampliação dos direitos de cidadania das mulheres e a superação da “desigualdade de gênero”.
A organizadora Andréa de Sousa Túbero Silva afirma que essa publicação é fruto de uma Mesa-Redonda intitulada Feminismo: um outro mundo é possível?, realizada em 08 de março de 2005, na Faculdade Ciências e Letras, Unesp-Araraquara. Segundo ela, o eixo central da Mesa-Redonda, e, portanto da publicação, é o tema saúde da mulher e os direitos reprodutivos. “Os dois cadernos publicados pelo Fundo Social procuram pensar na ampliação dos direitos de cidadania das mulheres. Entretanto, essa segunda publicação olha mais especificamente para a área da saúde, em especial para a questão da reprodução. Esse tema teve maior visibilidade que os demais”, explica.
Feminismo e História
A publicação inicia com o texto da doutoranda em Sociologia, Susete S. Carvalho, com o título “Feminismo e História” onde a autora recupera a trajetória do movimento feminista como estratégia de resistência à dominação simbólica. Segundo Andréa, isso contribui para que as novas gerações conheçam a trajetória das mulheres no Brasil.
Novo mundo
Lucila Scavone, professora livre-docente da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP e pesquisadora da CNPq, propõe com o texto Feminismo para um novo mundo: saúde e direitos reprodutivos, uma discussão sobre os avanços na situação social das mulheres, abordando os direitos reprodutivos. “O texto fala sobre a maternidade que deixa de ser um destino e passa a ser uma escolha para a mulher”, completa.
Aborto da cidade
Ainda se referindo aos direitos reprodutivos, Gisele Côrtes, doutoranda em Sociologia, aborda o tema aborto em Araraquara com o texto Aborto: uma questão de cidadania, apontando a ausência de debates como uma das principais causas do aumento da invisibilidade social a respeito do problema.
Mulher Negra
A saúde da mulher negra, raça e etnia estão no texto do Doutor em Sociologia, Luís Eduardo Batista, As mulheres negras em foco. Segundo Andréa, o resultado da pesquisa aponta para a necessidade de políticas públicas específicas na área da saúde para negras e levantamento de dados nessa área.
A violência
O quinto texto é de autoria da Andréa: A dimensão simbólica da violência contra mulheres. Aborda a violência que não deixa marcas físicas, mas, garante a dominação masculina. “A violência simbólica converte diferenças em desigualdades socialmente construídas”, diz a presidente do Fundo Social que agrega saber científico, lastreado na sociologia, e respeitável experiência à investidura do FS formatando um diferencial. Essa, inclusive, a razão de alguns segmentos defenderem a sua participação no mandato eletivo, em que pese a decisão de não atuar como apenas “a primeira-dama”.
A publicação pode ser vista na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, escolas, Centro de Referência da Mulher e unidades de saúde.